quinta-feira, 21 de abril de 2011

Autoras

Débora Ariane do Amaral Lima
Mayara Bassi Vilalba
Tamiris de Oliveira Cordeiro de Araújo
Vanessa Cristina de Carvalho Costa

TIC's

Moran (2000) salienta que existem várias tecnologias que podem ser utilizadas na educação como práticas educativas, como por exemplo, a televisão, o vídeo, o computador e a internet, mas optamos por usar em nosso trabalho a tecnologia Internet. 
De acordo com Mendes (2008) não basta fazer uso da Informática na Educação, é preciso ter um objetivo claro na utilização dessa ferramenta.

As possibilidades de uma formação em ambientes virtuais potencializadas por essas tecnologias, na educação, são favoráveis à construção do conhecimento em rede, que vão se construindo nas relações e interações entre sujeitos ao transitarem em suas interfaces em busca de leituras elucidativas de temas, proposições de questões para o debate, a busca de respostas e levantamentos de novas perguntas. (MENDES, 2008, p.02)

O texto é referente ao uso das TIC na formação de professores, todavia também acreditamos que a inserção dessa vertente pode ser estendida na Educação de Jovens e Adultos (EJA), de forma que contribuirá na melhoria do processo de ensino e aprendizagem. 

O Uso das TIC's na Educação de Jovens e Adultos

De acordo com o estudo de Peixoto (s/d), não há qualquer referencial legal sobre o uso das TIC's na Educação de Jovens e Adultos. Sendo assim apresentamos o que encontramos sobre esses dois um na forma legal e o outro como política pública.
Segundo Libâneo (2008, p. 261) a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - lei 9394/96 apresenta três modalidades de ensino: a educação especial, profissional e a educação de Jovens e Adultos que nos interessa nesse estudo.
Por meio dessa base legal, os jovens e adultos que não tiveram acesso ao ensino na idade própria, tem o direito ao seu acesso a qualquer momento, garantido de forma gratuita pelo Estado, respeitando o que prevê LDB/96:

Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Art. 4º. O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;

Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38º. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que 
compreenderão a base nacional comum do  currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º. Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. (BRASIL, 1996)

Como vemos, a formação desses jovens e adultos propicia uma certa flexibilidade na configuração de sua formação cujo curso presencial não é obrigatório.
Neste aspecto, a educação de jovens adultos permite a realização de cursos em menor tempo e exames supletivos, que segundo a lei, indefere a forma como esse aluno adquiriu os conhecimentos necessários para a realização desse exame. Dessa forma, essa modalidade de ensino permite ao alunos maiores de 15 anos, concluir o ensino fundamental e os maiores de 18 anos o ensino médio utilizando-se desse meios. (LIBÂNEO, 2008)
No site do MEC encontramos programas e ações na página da Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
O ProInfo é o Programa Nacional de Tecnologia Educacional, que tem como objetivo promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica. Dessa forma, o programa tem como dever levar para as escolas os recursos, que são os computadores, a internet e os conteúdos educacionais, e as escolas têm como dever garantir uma estrutura adequada e educadores qualificados para fazer o uso desses recursos. 


O Dilema da Integração das TIC's na Educação de Jovens e Adultos


Peixoto em seu artigo afirma que há uma ausência de políticas públicas para a integração no uso das TIC’s nas práticas educativas, no ensino do EJA. Neste contexto, “[...] o acesso às TIC e sua integração à EJA são reconhecidas como prioridades para o desenvolvimento econômico e social das nações (PEIXOTO, s/d, p.3). Mas tal reconhecimento não tem se traduzido em políticas publicas para a área”.
A autora também traz dois dilemas referentes a esse assunto:
·                     O dilema no direito ao acesso das TIC’s salientando que o acesso não é igual para todos;
·                     O uso das TIC’s na preparação para o mercado de trabalho como forma de alienação econômica e social.
Alves (2001, apud Peixoto s/d, p.3), afirma que “o acesso às TIC promove um certo tipo de inserção social”, ou seja, se esse acesso não for democrático o sujeito fica a margem da sociedade. No caso do EJA o sujeito já é marginalizado por não ter completado a escolaridade na idade prevista e não tendo o acesso às TIC’s, essa marginalidade promove uma desigualdade e disparidade tanto social como comunicacional. Dessa forma, será inevitável que esse sujeito não seja inserido no mercado de trabalho.
Moran (2000), destaca que o conhecimento só é concretizado por meio do processo de interiorização, de comunicação. Sendo assim, deixar esses alunos à margem das TIC's, na sociedade atual é o mesmo que não oferecer o conhecimento ao sujeito. Por isso, é importante que nas práticas educativas as TIC's sejam oferecidas e trabalhadas de forma a facilitar e a proporcionar a construção do conhecimento .
Portanto, a integração das TIC's no EJA se torna fundamental para superar esses dilemas. Claro que para isso a qualidade do ensino e do uso das TIC se torna fundamental

As Práticas Educativas com o uso das TIC's no EJA

Peixoto (s/d), realizou um estudo de caso no EJA em uma escola pública, no período noturno, em Goiânia. As observações aconteceram no laboratório de informática da escola, em conjunto com as disciplinas de Ciências, Matemática e História. O uso da tecnologia foi para ilustrar o conteúdo trabalhado em sala de aula pelos professores, a internet na escola era rápida e de boa qualidade, no entanto, os professores e os alunos não podiam usufruir dessa internet a não ser se fosse relacionado com o conteúdo abordado na aula. Para controlar esse acesso, a escola utilizava um individuo que era caracterizado como o dinamizador, essa pessoa deveria deixar o laboratório pronto com um link no Desktop contendo o endereço do site que seria utilizado na aula.
Isso aconteceu devido aos alunos utilizar a Internet para outros fins, sem ser o que era proposto pelo professor, que era o de dar continuidade as atividades sobre os conteúdos vistos na sala de aula. Segundo Moran (2000, p. 54) “muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. Não procuram o que foi combinado, deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal”. Por causa desse mau uso feito pelos próprios alunos, que foi retirado o direito ao acesso da Internet nessa escola em que aconteceu a pesquisa feita por Peixoto (s/d).

EJA na Educação à Distância por meio das TIC's

O Novo Telecurso proporciona um ambiente virtual para o aluno, que ganha a oportunidade de trocar conhecimento com outras pessoas.
Uma parceria com a Fundação Roberto Marinho, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Social da Indústria (SESI) e outras instituições constroem esse sistema de ensino que atende diferentes públicos pelo Brasil.

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Educação de Jovens e Adultos